ARA – Almeida Revista Atualizada
Elifaz repreende Jó
1 ¶ Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse:
2Se intentar alguém falar-te, enfadar-te-ás? Quem, todavia, poderá conter as palavras?
3Eis que tens ensinado a muitos e tens fortalecido mãos fracas.
4As tuas palavras têm sustentado aos que tropeçavam, e os joelhos vacilantes tens fortificado.
5Mas agora, em chegando a tua vez, tu te enfadas; sendo tu atingido, te perturbas.
6Porventura, não é o teu temor de Deus aquilo em que confias, e a tua esperança, a retidão dos teus caminhos?
7¶ Lembra-te: acaso, já pereceu algum inocente? E onde foram os retos destruídos?
8Segundo eu tenho visto, os que lavram a iniqüidade e semeiam o mal, isso mesmo eles segam.
9Com o hálito de Deus perecem; e com o assopro da sua ira se consomem.
10Cessa o bramido do leão e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos se quebram.
11Perece o leão, porque não há presa, e os filhos da leoa andam dispersos.
12¶ Uma palavra se me disse em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela.
13Entre pensamentos de visões noturnas, quando profundo sono cai sobre os homens,
14sobrevieram-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram.
15Então, um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos do meu corpo;
16parou ele, mas não lhe discerni a aparência; um vulto estava diante dos meus olhos; houve silêncio, e ouvi uma voz:
17Seria, porventura, o mortal justo diante de Deus? Seria, acaso, o homem puro diante do seu Criador?
18Eis que Deus não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui imperfeições;
19quanto mais àqueles que habitam em casas de barro, cujo fundamento está no pó, e são esmagados como a traça!
20Nascem de manhã e à tarde são destruídos; perecem para sempre, sem que disso se faça caso.
21Se se lhes corta o fio da vida, morrem e não atingem a sabedoria.