ARA – Almeida Revista Atualizada
As vantagens do sofrimento, da paciência e da moderação
1 Melhor é a boa fama do que o ungüento precioso, e o dia da morte, melhor do que o dia do nascimento.
2Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração.
3Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.
4O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos insensatos, na casa da alegria.
5Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir a canção do insensato.
6Pois, qual o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela, tal é a risada do insensato; também isto é vaidade.
7¶ Verdadeiramente, a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração.
8Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio; melhor é o paciente do que o arrogante.
9Não te apresses em irar-te, porque a ira se abriga no íntimo dos insensatos.
10Jamais digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Pois não é sábio perguntar assim.
11¶ Boa é a sabedoria, havendo herança, e de proveito, para os que vêem o sol.
12A sabedoria protege como protege o dinheiro; mas o proveito da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor.
13Atenta para as obras de Deus, pois quem poderá endireitar o que ele torceu?
14No dia da prosperidade, goza do bem; mas, no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.
15Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade.
16Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?
17Não sejas demasiadamente perverso, nem sejas louco; por que morrerias fora do teu tempo?
18Bom é que retenhas isto e também daquilo não retires a mão; pois quem teme a Deus de tudo isto sai ileso.
19A sabedoria fortalece ao sábio, mais do que dez poderosos que haja na cidade.
20Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.
21Não apliques o coração a todas as palavras que se dizem, para que não venhas a ouvir o teu servo a amaldiçoar-te,
22pois tu sabes que muitas vezes tu mesmo tens amaldiçoado a outros.
23 Tudo isto experimentei pela sabedoria; e disse: tornar-me-ei sábio, mas a sabedoria estava longe de mim.
24O que está longe e mui profundo, quem o achará?
25Apliquei-me a conhecer, e a investigar, e a buscar a sabedoria e meu juízo de tudo, e a conhecer que a perversidade é insensatez e a insensatez, loucura.
26Achei coisa mais amarga do que a morte: a mulher cujo coração são redes e laços e cujas mãos são grilhões; quem for bom diante de Deus fugirá dela, mas o pecador virá a ser seu prisioneiro.
27Eis o que achei, diz o Pregador, conferindo uma coisa com outra, para a respeito delas formar o meu juízo,
28juízo que ainda procuro e não o achei: entre mil homens achei um como esperava, mas entre tantas mulheres não achei nem sequer uma.
29Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias.