LIÇÃO 12 - O CARÁTER MISSIONÁRIO DA IGREJA DE JERUSALÉM



Adultos 3° Trimestre de 2025

21 de Setembro de 2025.

TEXTO ÁUREO

“E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus.” (At 11.20).

VERDADE PRÁTICA
Faz parte da missão da Igreja a evangelização de povos não alcançados.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 1.8 Alcançando os confins da terra
Terça - Rm 15.24 O Evangelho além-mar
Quarta - At 11.20,21 Implantando igrejas
Quinta - At 14.21 Fazendo discípulos
Sexta - At 11.26 Formando a identidade cristã
Sábado - At 11.29 Socorrendo os necessitados

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 11.19-30.

19. E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus.
20. E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus.
21. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor.
22. E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia,
23. o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.
24. Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor.
25. E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.
26. E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
27. Naqueles dias, desceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
28. E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
29. E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judeia.
30. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo.

HINOS SUGERIDOS 9, 11 e 34 da Harpa Cristã.

PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO

A Igreja de Jerusalém, mesmo enfrentando perseguições, não perdeu sua essência missionária. Os cristãos dispersos pregaram com ousadia em cidades como Antioquia, levando o Evangelho além das fronteiras de Israel. Essa expansão revela uma igreja viva, sensível à direção do Espírito e comprometida com a ordem de Jesus: fazer discípulos de todas as nações. Vamos refletir sobre como a graça de Deus capacita pessoas simples para grandes obras, e, assim como os primeiros crentes, somos chamados a testemunhar com coragem, fé e amor.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Destacar o papel da dispersão cristã na expansão missionária da Igreja Primitiva; II) Enfatizar a importância da contextualização da mensagem do Evangelho para diferentes contextos culturais, sem, contudo, perder sua essência; III) Valorizar a prática do discipulado como base para o crescimento saudável e a manutenção da identidade da Igreja.
B) Motivação: Vivemos em um tempo em que a Igreja é desafiada a sair de suas fronteiras e alcançar os que ainda não ouviram sobre Cristo. A história da Igreja de Jerusalém nos inspira a refletir: temos sido uma igreja consciente de nossa missão? Estamos preparados para comunicar o Evangelho a diferentes culturas e formar verdadeiros discípulos? Esta lição nos chama a agir com fé, sensibilidade e compromisso com o “Ide do Senhor”.
C) Sugestão de Método: Para concluir a lição de maneira significativa com a classe de adultos, o professor pode aplicar o método do Círculo de Reflexão Dirigida. Convide os alunos a compartilharem, de forma breve e objetiva, uma lição prática que aprenderam e como pretendem aplicá-la em sua vida pessoal, familiar ou ministerial. Estimule reflexões sobre o papel individual e coletivo da igreja na missão de evangelizar e discipular. Essa troca fortalece o senso de propósito e comunhão entre os participantes. Encerre com uma oração, pedindo que Deus desperte ainda mais o compromisso missionário e a ação prática da classe no contexto em que vivem.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação:
Como Igreja, somos chamados a viver com intencionalidade missionária, levando Cristo a todos, com sabedoria, coragem e compromisso. Que sejamos discípulos que formam outros discípulos!
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 102, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “De Jerusalém à Antioquia da Síria”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito da dispersão dos cristãos de Jerusalém para a chegada à Antioquia da Síria; 2) O texto “A Pregação Transcultural do Evangelho”, ao final do terceiro tópico, amplia a reflexão a respeito da liberalidade com a obra missionária.


INTRODUÇÃO
Como o evangelho alcançou Antioquia, uma importante cidade da Síria dentro do Império Romano? Conhecer esse fato é relevante porque, pela primeira vez, cristãos de Jerusalém levam a mensagem da cruz aos gentios fora das fronteiras de Israel. Com o ingresso do Evangelho na cidade de Antioquia, a igreja dava seu primeiro salto na missão transcultural. Nesta lição, estudaremos sobre como o “Ide” de Jesus é levado a sério por um grupo de cristãos refugiados, vítimas da perseguição que sobreviera a Estêvão em Jerusalém. Esses crentes, mesmo sendo leigos, possuíam uma forte consciência missionária. E, quando perseguidos, não escondiam sua fé, mas a compartilhavam apontando sempre para a cruz de Cristo. Esse é um belo exemplo de fé cristã que deve, não somente nos inspirar, mas, sobretudo, nos levar a agir como eles.

Palavra-Chave: MISSÃO

I. UMA IGREJA COM CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA

1. O Evangelho para além da fronteira de Israel. Lucas abre essa seção de seu livro fazendo referência aos cristãos, “os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia” (At 11.19). Observamos que essa passagem bíblica faz um paralelo com Atos 8.1-4 onde narra o início da perseguição em Jerusalém que gerou a dispersão cristã. Assim como Filipe, que em razão da perseguição levou o Evangelho à cidade de Samaria, da mesma forma esses crentes, que também faziam parte desse grupo de cristãos perseguidos, levaram o Evangelho para além da fronteira de Israel.

2. Cristãos dispersados, mas conscientes de sua missão. 

Esses cristãos dispersados, após fugirem de uma perseguição feroz, não esconderam a sua fé. Aonde chegavam, anunciavam a Palavra de Deus (At 11.19,20). Foi assim que eles deram testemunho do Evangelho na Fenícia, Chipre e Antioquia. O que vemos são cristãos conscientes da missão de testemunhar de sua fé onde quer que estivessem. Eles haviam sido comissionados para isso (Mt 28.19; At 1.8). Somente cristãos participantes de uma igreja consciente de sua tarefa missionária age dessa forma. Eles não perdem o foco: anunciam o Senhor Jesus em qualquer tempo, lugar e circunstância.

3. Cristãos leigos, mas capacitados pelo Espírito.

 Lucas destaca que dentre esses cristãos havia “alguns” que levaram o Evangelho para Antioquia, capital da Síria, uma cidade cosmopolita e uma das três cidades mais importantes do Império Romano (At 11.20). O texto deixa claro que foram esses cristãos “comuns” os fundadores da igreja de Antioquia, uma das mais relevantes e importantes do Novo Testamento (At 13.1-4). Eram cristãos anônimos e leigos. Eles não são contados entre os apóstolos, diáconos ou presbíteros. Contudo, eles foram usados por Deus para fundar aquele trabalho e foram bem-sucedidos porque “a mão do Senhor era com eles” (At 11.21), conforme Lucas destaca. Esse era o segredo que fez toda a diferença. O que fica em destaque, portanto, não era o ofício ou o cargo, mas a capacitação do Senhor. Os apóstolos eram extraordinários e os profetas excepcionais somente porque sobre eles também estava a mão do Senhor.

SINOPSE I
A Igreja de Jerusalém, mesmo dispersada, manteve seu compromisso de anunciar o Evangelho com ousadia.

AUXÍLIO BÍBLICO—TEOLÓGICO
DE JERUSALÉM À ANTIOQUIA DA SÍRIA
“Alguns destes primeiros missionários cristãos foram a Antioquia, cidade cerca de quatrocentos e oitenta quilômetros ao norte de Jerusalém. Sua importância política era devido ao fato de que servia como capital da província romana da Síria. Antioquia da Síria, a terceira maior cidade do Império Romano (depois de Roma e Alexandria), tornou-se a sede da expansão do cristianismo fora da Palestina e figurava significativamente nas missões cristãs aos gentios (At 13.1-3; 14.26-28; 15.22-35; 18.22).
A marcha do evangelho não para em Samaria e Cesareia. Alguns dos missionários evangelizam tão ao norte quanto a Fenícia (o atual Líbano); outros vão à ilha de Chipre, a pátria de Barnabé (At 11.19,20; cf. At 4.36). Isto significa que havia cristãos na ilha antes de que Paulo e Barnabé pregassem o evangelho lá (At 13.4-12). Outros missionários se aventuram indo muito mais ao norte, à cidade famosa de Antioquia, com uma população calculada em aproximadamente quinhentos mil habitantes (Marshall, 1980, p.201) e a comunidade judaica girando em torno de sessenta e cinco mil durante a era do Novo Testamento (George, 1994, p.170).” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, pp.687,688).

II. UMA IGREJA COM VISÃO TRANSCULTURAL

1. A cultura grega (helênica). A Bíblia nos conta que alguns cristãos que tinham sido espalhados pelo mundo chegaram a “Antioquia, falaram aos gregos” (At 11.20). Essa expressão, “falaram aos gregos”, é muito importante. De acordo com estudiosos, ela explica que esse foi o primeiro momento em que cristãos judeus falaram de Jesus para pessoas que não eram judias, adoravam outros deuses e não seguiam o Judaísmo. Isso mostra que a igreja começou a levar a mensagem de Jesus para além das fronteiras da Palestina, chegando a um mundo totalmente diferente, onde as pessoas não conheciam a fé judaica. Ou seja, não eram judeus que falavam grego pregando para outros judeus da mesma cultura, mas cristãos judeus que falavam grego levando o Evangelho a pessoas que não tinham nenhuma ligação com o Judaísmo. Dessa forma, o que Jesus havia ordenado — pregar o Evangelho a “toda criatura” (Mc 16.15) — começou a se cumprir.

2. Contextualizando a mensagem. 

Podemos ver aqui um exemplo de como os primeiros cristãos adaptavam a mensagem ao contexto em que estavam. Lucas nos conta que eles “anunciavam o evangelho do Senhor Jesus” (At 11.20). O texto é curto e direto, mas esses cristãos estavam pregando para pessoas que não eram judias. Isso significa dizer que eles não podiam simplesmente usar o Antigo Testamento para provar que Jesus era o Messias prometido, porque isso não faria sentido para aquele público. Diferente dos judeus e samaritanos, que já esperavam um Messias (At 2.36; 5.42; 8.5; 9.22), os gentios não tinham essa mesma expectativa. Além disso, esses cristãos também não mencionam costumes judaicos, como a circuncisão, que Estêvão citou em seu discurso (At 7.51), porque isso não fazia parte da cultura dos gentios. Em vez de enfatizar que Jesus era o Messias, eles destacavam que Ele é o Senhor. Ou seja, estavam dizendo que os pagãos precisavam deixar seus falsos deuses e se voltar para o único e verdadeiro Senhor (At 14.15; 26.18,20). Dessa forma, sem comprometer a verdade da mensagem, o Evangelho foi se espalhando e alcançando diferentes culturas.

SINOPSE II
Cristãos judeus pregaram aos gentios em Antioquia, contextualizando a mensagem sem perder sua essência.

AUXÍLIO BÍBLICO—TEOLÓGICO
A PREGAÇÃO TRANSCULTURAL DO EVANGELHO

“A maioria destes crentes dispersos pregava somente ‘aos judeus’ (v.19), mas alguns crentes de Chipre e Cirene dão um passo ousado e também pregam as boas-novas de Jesus ‘aos gregos’, isto é, aos gentios pagãos em Antioquia (v.20). Parece que eles alcançaram Antioquia numa época posterior do que aqueles que pregavam somente aos judeus. Algo pode ter acontecido durante o intervalo para torná-los tão corajosos e revolucionários, como o derramamento do Espírito Santo em Cesareia. Eles puseram em prática o que o Espírito levou Pedro a fazer com Cornélio e seus amigos.
A pregação do evangelho em Antioquia tem sucesso numérico, o qual é atribuído à ‘mão do Senhor’ (v.21). Quer dizer, Deus abençoa esse ministério e seu poder capacita os discípulos a trazerem muitos judeus e gentios daquela cidade à fé em Jesus Cristo. O ministério de Pedro tinha aberto as portas da Igreja aos gentios em Cesareia, mas a pregação do evangelho em Antioquia é o começo de um vigoroso esforço para evangelizar o mundo gentio.” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.688).

III. UMA IGREJA QUE FORMA DISCÍPULOS

1. A base do discipulado. Ao serem informados de que o Evangelho havia chegado a Antioquia (At 11.22), a partir de Jerusalém, os apóstolos enviaram Barnabé para lá. Chegando ali, Barnabé viu uma igreja viva e cheia da graça de Deus (At 11.23). Como um homem de bem e cheio do Espírito Santo, Barnabé os encorajou na fé (At 11.24). Contudo, logo se percebeu que aquela igreja precisava de mais instrução, ou seja, precisava ser discipulada. Com esse propósito, Barnabé foi em busca de Saulo para que o auxiliasse nesta missão. E assim foi feito: “E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente” (At 11.26). Esse episódio nos mostra que não basta ganhar almas, é preciso ensiná-las. Sem o ensino, a igreja não cresce em graça e conhecimento. O crescimento saudável só é possível por meio da obra da evangelização e do discipulado.

2. Denominados de “cristãos”. 

Os cristãos de Jerusalém haviam sido chamados na igreja de “irmãos” (At 1.16); “crentes” (At 2.44); “discípulos” (At 6.1) e “santos” (At 9.13). Também passaram a ser identificados tanto pelos de dentro da igreja como pelos de fora dela como aqueles que eram do “Caminho” (At 9.2; 19.9,23; 22.4; 24.14,22). Agora em Antioquia são chamados de “cristãos” (At 11.26). O termo “cristãos” tem o sentido de “pessoas de Cristo”.

3. A identidade cristã. 

O que realmente define um cristão não é apenas um nome ou um rótulo, mas sim sua vida, sua fé e suas atitudes. Embora alguns estudiosos acreditem que o termo “cristão” tenha sido usado em Antioquia como uma forma de zombaria, a verdade é que aqueles seguidores de Jesus demonstravam um grande entusiasmo e dedicação, assim como os primeiros crentes que vieram da igreja de Jerusalém para pregar naquela cidade.
O nome “cristão” aparece novamente na Bíblia em Atos 26.28 e 1 Pedro 4.16. Segundo a Bíblia, ser cristão significa crer em Jesus, abandonar o pecado e receber a salvação como um presente de Deus, dado pela sua graça.

SINOPSE III
A Igreja investiu no ensino e discipulado, consolidando a fé e a identidade cristã dos novos convertidos.

CONCLUSÃO
Aprendemos como a providência de Deus faz com que o Evangelho chegue, por meio da Igreja, a povos ainda não alcançados. O que se destaca não é uma metodologia sofisticada de evangelismo, mas a graça de Deus, que capacita pessoas simples e anônimas a realizarem a sua obra. Quem deseja fazer, Deus capacita. Ninguém jamais terá tudo de que precisa para cumprir a obra de Deus; no entanto, se Deus tiver tudo de nós, Ele nos habilitará a realizá-la.

REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual era o foco dos cristãos que foram dispersados?
Anunciar o Senhor Jesus em qualquer tempo, lugar e circunstância.

2. Como era a cidade de Antioquia?
Antioquia era uma cidade cosmopolita, capital da Síria e uma das três mais importantes do Império Romano, com forte influência helênica.

3. Como os primeiros cristãos contextualizavam a mensagem do Evangelho para os gentios?
Eles não usavam o Antigo Testamento para provar que Jesus era o Messias prometido, nem mencionavam costumes judaicos, mas enfatizavam que Jesus era o Senhor.

4. O que o episódio de Atos 11.22,23,24,26 mostra?
Esse episódio nos mostra que não basta ganhar almas, é preciso ensiná-las; sem o ensino a igreja não cresce em graça e conhecimento.

5. Qual é o sentido do termo “cristão”?
O termo “cristão” tem o sentido de “pessoa de Cristo” e se refere à identidade daqueles que seguem, creem e vivem de acordo com os ensinamentos de Jesus.

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