
22. Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre.
Com essas palavras, o apóstolo Paulo inicia uma poderosa alegoria para explicar a diferença entre viver segundo a carne e viver segundo a promessa.
Ismael e Isaque: símbolos de duas alianças
Abraão teve dois filhos: Ismael, nascido de Agar, uma serva egípcia, e Isaque, filho de Sara, sua esposa livre. Esses dois filhos não apenas pertenciam à mesma família, mas também representam duas formas de relacionamento com Deus.
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Ismael, o filho da escrava, nasceu “segundo a carne” (isto é, por esforço humano, sem esperar o tempo de Deus).
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Isaque, o filho da livre, nasceu “segundo a promessa”, resultado direto da intervenção divina.
A escravidão da Lei
Paulo usa essa história para mostrar que Agar representa a aliança do Monte Sinai, que gera filhos para a escravidão — uma referência direta à Lei de Moisés. Os que buscam justificação pela Lei estão espiritualmente ligados a Agar e a Ismael: vivem sob um jugo pesado, presos a rituais que não podem salvar.
A religião baseada apenas em regras e méritos próprios é semelhante à escravidão: exige muito, mas não transforma o coração.
A liberdade da promessa
Em contraste, Sara representa a aliança da graça, que vem do alto, da Jerusalém celestial. Aqueles que pertencem a Cristo são como Isaque: filhos da promessa, livres, não mais escravizados pela tentativa de se justificar pelas obras.
A fé em Cristo não anula a obediência, mas a coloca no seu devido lugar: como fruto da graça, não como meio de salvação.
Conclusão: Qual dos dois filhos somos nós?
Gálatas 4.22 nos leva a uma reflexão profunda: estamos vivendo como filhos da escrava ou da livre?
A diferença não está no nome que carregamos, mas no tipo de aliança com Deus que vivemos.
Quem crê em Cristo e depende da graça é livre. Quem confia em si mesmo e vive pela Lei, permanece escravo.