
29. Mas, como então aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é também agora.
Com essas palavras, Paulo mostra que a perseguição contra os verdadeiros filhos de Deus não é novidade. Desde os tempos de Abraão, os que nasceram da carne (como Ismael) perseguiam os que nasceram pela promessa (como Isaque). Esse padrão se repetia nos dias de Paulo — e ainda hoje se repete.
Ismael e Isaque: dois caminhos opostos
Ismael, filho de Agar, foi gerado por decisão humana. Isaque, filho de Sara, nasceu segundo a promessa divina. Quando Isaque cresceu, Ismael zombou dele (Gênesis 21.9), demonstrando o desprezo do “filho da carne” pelo “filho do Espírito”.
Paulo usa essa cena como alegoria para explicar o que estava acontecendo com os cristãos da Galácia. Os judaizantes — que insistiam na observância da Lei para a salvação — estavam perseguindo os crentes que viviam pela fé, tentando colocá-los novamente sob o jugo da Lei.
A oposição entre carne e Espírito
Aqueles que vivem segundo a carne não suportam ver a liberdade dos que vivem segundo o Espírito. Por isso, os filhos da promessa frequentemente sofrem resistência, críticas e perseguições, não só do mundo, mas até de religiosos legalistas que rejeitam a graça de Deus.
A tensão entre os dois grupos é espiritual: de um lado, a tentativa de agradar a Deus pelas obras; do outro, a fé simples na promessa de Cristo.
A fidelidade em meio à perseguição
Ser um filho da promessa é um privilégio, mas também um chamado à perseverança. A perseguição, como diz Paulo, "é também agora", ou seja, continua sendo uma realidade para todos os que vivem pela fé.
Mesmo diante de críticas e oposições, os filhos da promessa devem manter-se firmes na liberdade que há em Cristo, confiando que Deus é fiel para cumprir tudo o que prometeu.
Conclusão: Ser perseguido, mas não derrotado
Gálatas 4.29 nos lembra que a perseguição não invalida a promessa. Os filhos do Espírito podem ser incompreendidos ou ridicularizados, mas permanecem herdeiros da graça.
Afinal, o mundo odeia o que não pode controlar — e a graça é liberdade pura.