Lição 08 - O conselho de Jeremias aos Reis

Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do SENHOR permanecerá.” (Pv 19.21)

Jovens 4º Trimestre de 2025

23 de Novembro de 2025

TEXTO PRINCIPAL
“Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do SENHOR permanecerá.” (Pv 19.21)

RESUMO DA LIÇÃO
À semelhança de alguns reis, o homem que rejeita o conselho divino certamente perecerá.

LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Dn 2.20-22 É Deus que estabelece e remove os reis
TERÇA – Mt 10.16-20 Aqueles que anunciam a Palavra
QUARTA – 2 Cr 36.5-10 A trajetória de Jeoaquim
QUINTA – Is 55.1-9 As bênçãos para os que deixam o mal
SEXTA – 2 Cr 36.11-23 A triste trajetória do rei Zedequias
SÁBADO – 1 Pe 1.24,25 A Palavra permanece para sempre

OBJETIVOS
■ DESTACAR o ministério profético de Jeremias junto aos reis;
■ REFLETIR a respeito da vida de Jeoaquim, o rei que rejeitou a Palavra de Deus;
■ MOSTRAR que Zedequias foi o rei das incertezas.

INTERAÇÃO
Professor(a), aproveita o tema central da lição deste domingo para enfatizar, no decorrer da lição, que ouvir os conselhos divinos e viver de acordo com eles é ter a garantia de uma vida protegida pelo Senhor. Contudo, rejeitá-los, assim como fizeram Jeoaquim e Zedequias, é uma escolha insensata e que trará sérias consequências. O princípio da obediência aos conselhos de Deus serve para todos, indistintamente. A obediência à Palavra de Deus é o caminho para uma vida longa, sossegada e abençoada.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), reproduza a tabela abaixo (adaptada da Bíblia de Estudos Pentecostal, CPAD) no quadro de escrever. A tabela mostra os principais cargos, designados por Deus para apacentar seu povo. Utilize-a para explicar à classe qual era a real missão do rei, do sacerdote e do profeta. Enfatize o fato de que estes não estavam cumprindo com a missão que fora designada a eles por Deus. Agiam de modo irresponsável. Como líderes, eles eram os responsáveis pela degradação espiritual e moral que havia em Judá.

 

Função

 

Missão

Recomendação Bíblica

Rei

Governante do povo de Deus.

Aconselhar e guiar 0 povo de Deus (1 Sm

9.16)

Dt 17.14-20

Sacerdote

NO Antigo Testamento, era 0 ministro designado para representar o homem diante de Deus

Santificar o povo. oferecer dons e sacrifícios pelo povo e interceder pelos transgressores (Hb

5.1-31

LV 108-11; 21120

Profeta

Porta-voz oficial de Deus.

Preservar o conhecimento e manifestar a vontade do Unico e Verdadeiro

Deus (Ez 21-101

Dt 1820-22

2 CO 1426-40


TEXTO BÍBLICO
Jeremias 34.1-6

1 A palavra que do SENHOR veio a Jeremias quando Nabucodonosor, rei da Babilônia, e todo o seu exército, e todos os reinos da terra que estavam sob o domínio da sua mão, e todos os povos pelejavam contra Jerusalém e contra todas as suas cidades, dizendo:
2 Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Vai, e fala a Zedequias, rei de Judá, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR: Eis que eu entrego esta cidade nas mãos do rei da Babilônia, o qual a queimará.
3 E tu não escaparás das suas mãos; antes, decerto, serás preso e serás entregue nas suas mãos; e teus olhos verão os olhos do rei da Babilônia, e ele te falará boca a boca, e entrarás na Babilônia.
4 Todavia ouve a palavra do SENHOR, ó Zedequias, rei de Judá: Assim diz o SENHOR a teu respeito: Não morrerás à espada.
5 Em paz morrerás, e, conforme as incinerações de teus pais, os reis precedentes, que foram antes de ti, assim te queimarão a ti e prantear-te-ão, dizendo: Ah, SENHOR! Porque sou eu que digo a palavra, diz o SENHOR.
6 E anunciou Jeremias, o profeta, a Zedequias, rei de Judá, todas estas palavras, em Jerusalém,

INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo, vamos aprender a respeito da resposta negativa dos reis Jeoaquim e Zedequias à Palavra de Deus transmitida por Jeremias. Veremos as terríveis consequências que sofreram em decorrência disso.

I - UM PROFETA ENTRE OS REIS

1. Jeremias, enviado aos reis. Deus escolheu e enviou Jeremias como profeta às nações. Ele também seria responsável por transmitir a mensagem divina “sobre os reinos” (v. 10). A monarquia foi instituída nos dias de Samuel por apelo do povo (1 Sm 8.1-22). Entretanto, desde a época de Moisés, Deus já mostrava que o rei deveria ser escolhido dentro de seus critérios, pois teria a missão de cumprir a sua vontade (Dt 17.15). Na missão de liderar o povo sob a vontade divina, os reis eram orientados pelos profetas de seus dias.

2. O preço por profetizar aos reis. 

O ministério de Jeremias foi extraordinário, primeiro porque foi chamado por Deus, depois pela mensagem que entregou, pelo contexto histórico no qual estava inserido, pelos efeitos de seu ofício profético e o público a quem foi enviado, composto tanto pelo povo como também pela sua liderança, inclusive os reis de seus dias.
    Jeremias é conhecido não somente pelas mensagens que entregou durante o seu ministério, mas também pelo sofrimento que isso lhe causou. Isso se confirma em diversos episódios da trajetória deste profeta, especialmente na ordem divina que o privou de “se casar”, “não lamentar os mortos” e “não ir a banquetes” (Jr 16.2,5,8).
    Por entregar a mensagem de Deus ao povo e principalmente aos reis de seu tempo, Jeremias foi perseguido (Jr 36.26), posto em prisão (37.15-21) e lançado numa cisterna (Jr 38.1-6).

3. Um profeta e cinco reis. 

O texto de abertura do livro de Jeremias informa que a palavra do Senhor foi a ele nos dias de Josias e nos dias de Jeoaquim até ao fim do ano undécimo de Zedequias (Jr 1.2,3). O destaque a estes três reis se dá em virtude de que eles reinaram por longo tempo, razão pela qual as suas ações são fundamentais no ministério de Jeremias e para a compreensão de suas lições na atualidade.
    Jeremias profetizou por aproximadamente 40 anos, compreendendo o governo dos seguintes reis: Josias, Joacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias.
Destes cinco reis, Joacaz e Joaquim reinaram somente três meses cada um e ambos “fizeram o que era mal aos olhos do Senhor” (2 Rs 23.31.32; 24.8.9).

SUBSÍDIO 1
“O ofício de profeta – [ ] Os verdadeiros profetas de Deus foram levantados por Ele para servir como um tipo de terceira ordem, juntamente com o sacerdote e o rei. Seu papel era de origem mais divina e importante do que o rei e o sacerdote; não era, entretanto, ‘oficializado’ no sentido que eram os outros. De fato, ao invés de transitar nos círculos da política e da religião estabelecida, os profetas agiam por fora, como instrumentos de correção ou conselheiros.
    Todas as sociedades do mundo antigo tinham seus profetas, mas os de Israel destacavam-se em vários sentidos. Em primeiro lugar, eles tinham a total consciência de que eram chamados por Deus e, se de fato eram servos de Yahweh, adaptavam-se aos estritos critérios necessários à função, a fim de provar a sua credibilidade e genulidade.”
(MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp. 401,2).


II - JEOAQUIM: O REI QUE REJEITOU A DEUS E À SUA PALAVRA

1. Quem foi o rei Jeoaquim. Com a morte de Josias, o rei da maior reforma religiosa da história de Israel, Jeoacaz, seu filho, o substitui e reinou por três meses (2 Rs 23.31). Eliaquim, seu irmão, assumiu o trono em seu lugar e teve o seu nome mudado para Jeoaquim pelo Faraó- Neco a quem serviu como rei vassalo.
    A expressão “e fez o que era mau aos olhos do Senhor, seu Deus” (2 Cr 36.5) define a triste trajetória deste rei, cujas marcas centrais de seu governo foram a introdução de práticas pagãs e idólatras (Jr 716-18; 11.9-13; Ez 8), a frouxidão moral (Jr 5.26-29; 71-15) e a perseguição a profetas fiéis (Jr 26.20-23). Jeremias profetizou contra a injustiça praticada por este rei na construção de seu palácio. Ele usou mão de obra escrava (Jr 22.13-19), razão pela qual foi perseguido de forma implacável (11.18-23).
    Jeoaquim contribuiu diretamente com o enfraquecimento dos efeitos positivos da reforma religiosa promovida por Josias, seu pai, e veio a morrer no ano 598 a.C.

2. Jeoaquim, o rei que rejeitou a mensagem de Deus. 

Jeoaquim reinou por cerca de onze anos, período no qual Jeremias atuou como profeta. O episódio em que Jeoaquim corta e lança ao fogo o pergaminho com a mensagem de Deus enviada por Jeremias através de Baruque, além de ser um dos mais marcantes, mostra de forma clara como o rei lidava, não somente com o profeta, mas principalmente com a Palavra de Deus (Jr 36.1-32).
    Aproveitando o grande número de pessoas em torno do Templo, por causa da convocação de um jejum, sob a orientação divina, Jeremias, que estava impedido de ir à Casa do Senhor, ditou a mensagem ao escriba Baruque dando a missão de transmiti-la ao povo (Jr 36.5.6).
    A mensagem proclamada na Casa do Senhor repercutiu junto ao rei que, ao ouvi-la, cortou em pedaços o pergaminho e lançou-os no fogo (vv. 22.23). De todos os erros de Jeoaquim, este, certamente, foi o mais grave, pois o texto informa que "não temeram, nem rasgaram as suas vestes o rei e todos os seus servos que ouvíram todas aquelas palavras" (v. 24).
    Além de rejeitar a palavra de Deus, o rei ordenou que o mensageiro fosse perseguido, entrando assim para a história como um dos reis que não deu ouvidos ao conselho de Deus pelo profeta (v. 26).

3. A rejeição da Palavra de Deus e as suas consequências. 

Rejeitar a Palavra de Deus é um ato de insubmissão e de rebeldia. Contudo, aceitá-la e submeter-se a ela é demonstração de amor ao Senhor (Jo 14.15.21.23.24). O rei Jeoaquim rejeitou a Palavra do Senhor, perseguiu o profeta e decidiu andar pelos seus próprios caminhos, como se vê na decisão que tomou em rebelar-se contra Nabucodonosor (2 Rs 24.1), vindo a ser duramente punido (2 Rs 24.2; Jr 35.11) e, na sua morte não foi honrado e nem por ele houve quem lamentasse (Jr 22.18.19; 36.30). Já o profeta que por ele foi perseguido, experimentou a proteção divina (Jr 36.26), e quanto à Palavra de Deus que Jeoaquim rejeitou, Jeremias ditou o mesmo conteúdo para que Baruque reescrevesse "e ainda se acrescentaram a elas muitas palavras semelhantes" (36.32).

SUBSÍDIO 2

"Jeoaquim. O segundo dos filhos do rei Josias a reinar sobre Judá (r. 609–598 a.C.). A sua mãe era Zebida. Joaquim “fez o que era mal aos olhos do Senhor” (2 Rs 23.37), e o seu reinado de onze anos está registrado em 2 Reis 23.34–24.6 e 2 Crônicas 36.4-8. Ele tinha vinte e cinco anos quando o faraó Neco depôs o seu irmão Jeoacaz e fê-lo rei, mudando o seu nome de nascimento, “Ellaquim”, para ‘Joaquim’. Inicialmente, pagou tributo ao Egito, mas tornou-se vassalo da Babilônia quando Nabucodonosor derrotou Neco em 605 a.C. Jeremias profetizou exílio e morte por causa da sua ganância e opressão dos pobres (Jr 22.13-19). Jooaquim queimou o rolo de Jeremias e tentou prender o profeta, mas foi frustrado por Deus (Jr 36.20-26); matou, no entanto, o profeta Urias (Jr 26.20- 23). Jooaquim ignorou o conselho de Jeremias e rebelou-se contra a Babilônia, de modo que Nabucodonosor revidou primeiro enviando pequenos bandos militares, depois sitiando Jerusalém e capturando Jecaquim. Provavelmente, morreu no exílio."
(Dicionário Bíblico Baker, Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p. 270.)


III - ZEDEQUIAS: O REI DAS INCERTEZAS

1. Quem foi o rei Zedequias. Joaquim reinou no lugar de Jooaquim por apenas três meses e foi substituído por seu tio Matanias, que teve o seu nome mudado pelo rei da Babilônia para Zedequias (2 Rs 24.17). De acordo com o registro bíblico, Zedequias andou nos mesmos caminhos de Jooaquim e “fez o que era mal aos olhos do Senhor” (2 Rs 24.19) e o seu governo foi, ao que parece, a aplicação da ira de Deus contra Judá.
    Zedequias assumiu o trono de Judá aos vinte e cinco anos de idade e reinou por onze anos. Ele não se rendeu à vontade de Deus, nem aceitou a mensagem dEle por meio de Jeremias e, pela dureza de seu coração "não se converteu ao Senhor" (2 Cr 36.11-13).
    Zedequias teve de amargar a experiência da última e mais trágica das invasões da Babilônia em Jerusalém, culminando com a sua destruição total, conforme profetizado por Jeremias (Jr 34.1-6). Isso tudo porque, à semelhança de Jeoaquim, Zedequias não deu ouvidos à voz de Deus e padeceu de um grande mal.

2. Zedequias, o rei das incertezas. 

Como se sabe, Zedequias era ainda bem jovem quando assumiu o reinado de Judá e, embora, segundo as Escrituras, tenha trilhado por caminhos que não agradaram a Deus, ele consultou Jeremias por algumas vezes (Jr 21.1-7; 37.3; 17-21; 38.7-28), o que demonstra, em alguma medida, um certo interesse por tentar andar pelo caminho correto.
Há duas situações por meio das quais é possível notar a fraqueza deste rei: a primeira é que não tinha forças suficientes para liderar os oficiais de seu governo (Jr 38.5) e a segunda é que não tinha medo da opinião popular (Jr 19; 24).
    Definitivamente, o reino de Zedequias foi marcado por incertezas advindas de sua fraqueza pessoal, como se vê no episódio em que o profeta o aconselha a entregar-se ao governo de Babilônia, como sinal de humilhação e aceitação da disciplina de Deus. No entanto, ainda que por um momento ele tenha pensado em cumprir a ordem divina, todavia, por causa de suas preocupações com os de fora, optou por ir contra a vontade divina (Jr 38.14-23).
Zedequias, portanto, foi um rei que sofreu os danos, e ainda submeteu uma nação inteira à vergonha e à destruição, por causa de sua fraqueza, demonstrada na incerteza em relação a aceitar e obedecer a Palavra de Deus.

3. A incerteza de um rei e as suas consequências. 

Uma das qualidades que Deus requer daqueles que lideram sobre o seu povo é "força e coragem", como se vê em suas palavras quando Josué recebeu a incumbência de substituir Moisés (Js 1.9). Estas qualidades são encontradas em Gideão, aliás, elas lhes renderam o elogio que recebeu do próprio Senhor (Jz 6.12,14). Ao contrário disso, o rei Zedequias teve em sua fraqueza a raiz de todos os males em sua trajetória, pois dela resultou a sua incerteza nos momentos nos quais ele teve de tomar decisões importantes.
Ele não se submeteu à mensagem de Deus transmitida por meio do profeta Jeremias. Como consequência, o juízo de Deus se manifestou, permitindo que o rei da Babilônia matasse os seus filhos à sua vista, lhe tirasse os seus olhos e destruísse as casas de seu povo e a própria Jerusalém (Jr 39.6-8).
    Não ouvir os conselhos de Deus por meio de Jeremias custou caro a Zedequias.

PENSE!
Como o rei Zedequias lidou com o conselho de Deus? Como você lida com eles?

PONTO IMPORTANTE!
Zedequias agradou aos homens e decidiu não ouvir os conselhos de Deus através de Jeremias. Existe uma sentença para aqueles que desprezam os conselhos de Deus.

CONCLUSÃO
Ouvir os conselhos divinos e viver de acordo com eles é ter a garantia de uma vida protegida pelo Senhor. Por outro lado, rejeitá-los, à semelhança de Jeoaquim e de Zedequias, é uma escolha insensata, arriscada e perigosa.
Vimos nesta lição que o princípio da obediência aos conselhos de Deus serve para todos indistintamente, e que este é o caminho para uma vida longa, sossegada e abençoada.

HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, quando foi instituída a monarquia?
A monarquia foi instituída nos dias de Samuel por apelo do povo; entretanto, desde a época de Moisés, Deus já mostrava que o rei deveria ser escolhido dentro de seus critérios, pois teria a missão de cumprir a sua vontade.

2. Qual deveria ser a missão do rei?
Liderar o povo sob a vontade divina.

3. Quem orientava os reis?
Os reis eram orientados pelos profetas de seus dias.

4. Qual o nome dos 3 reis que aparecem na abertura do livro do profeta Jeremias?
Jeremias profetizou por aproximadamente 40 anos, compreendendo o governo dos seguintes reis: Josias, Joacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias.

5. Qual o nome do escriba para quem Jeremias ditou as palavras do Senhor?
Baruque.
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