18: Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor.
O Contexto da Afirmação
O apóstolo Paulo escreve aos gálatas para reafirmar a verdade do evangelho da graça. Em sua carta, ele combate a influência dos judaizantes, que estavam tentando impor aos cristãos gentios a observância da Lei mosaica como condição para a salvação. Paulo, então, declara com firmeza que não se pode reconstruir aquilo que, em Cristo, foi desfeito: a justificação pelas obras da Lei.
A Volta ao Legalismo
Voltar às práticas da Lei depois de ter recebido a graça de Deus em Cristo é como tentar reconstruir um sistema que já foi superado. Paulo deixa claro que, se alguém tenta edificar novamente aquilo que foi destruído pelo evangelho – ou seja, um sistema baseado em méritos humanos – essa pessoa se torna transgressora. Isso porque rejeita a suficiência da obra de Cristo e tenta se justificar por seus próprios esforços.
A Nova Vida em Cristo
Ao crer em Jesus, o cristão morre para a Lei, isto é, deixa de depender dela para alcançar justificação. Paulo mesmo diz: “Já estou crucificado com Cristo” (Gálatas 2.20). Reconstruir a antiga aliança legalista é como desprezar a cruz e declarar que o sacrifício de Cristo não foi suficiente. A nova vida cristã é vivida na fé, sustentada pela graça, não por regras e rituais antigos.
O Perigo do Retrocesso Espiritual
Essa passagem nos alerta sobre o perigo do retrocesso espiritual. Muitos crentes, após receberem a liberdade em Cristo, são tentados a retornar a práticas religiosas vazias, buscando aprovação por meio de costumes humanos. Isso não apenas enfraquece a fé, mas nega, na prática, a eficácia do evangelho.
Conclusão
Gálatas 2.18 nos ensina que não podemos voltar atrás. Uma vez libertos pela graça, não devemos reconstruir sistemas de escravidão espiritual. Voltar à confiança em obras ou em méritos humanos é se tornar transgressor diante de Deus. Devemos permanecer firmes na fé, vivendo pela graça e confiando unicamente na justiça de Cristo.