Gálatas 2.
9: E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão;
1. Contexto do reconhecimento apostólico
No capítulo 2 da carta aos Gálatas, Paulo relata uma visita a Jerusalém, provavelmente a reunião descrita em Atos 15. Essa reunião foi crucial para resolver um conflito teológico: deveriam os gentios guardar a Lei de Moisés para serem salvos?
Paulo defende que a salvação vem somente pela fé em Jesus Cristo, sem imposição das leis judaicas. Ao apresentar seu evangelho aos líderes da igreja em Jerusalém, buscava confirmar que não estava trabalhando em vão (Gálatas 2:2).
2. “Conheceram a graça que me fora dada”
Essa expressão mostra que os líderes da igreja reconheceram a autoridade espiritual e o chamado divino de Paulo. A graça aqui se refere tanto à salvação quanto ao dom ministerial concedido por Deus para pregar aos gentios. Eles entenderam que Paulo não era um apóstolo inferior, mas igualmente comissionado por Cristo.
3. Tiago, Cefas (Pedro) e João: colunas da igreja
Esses três apóstolos são descritos como “colunas”, ou seja, sustentadores da fé cristã na igreja de Jerusalém. Eles tinham grande influência e representavam o núcleo do cristianismo judaico. O fato de aceitarem Paulo mostra unidade na diversidade de ministérios.
4. A “destra de comunhão”: sinal de aceitação
Dar a “destra de comunhão” era um gesto público e simbólico de aceitação, parceria e igualdade. Não era apenas um aperto de mãos, mas um reconhecimento mútuo de ministérios e missões. Paulo e Barnabé foram confirmados como enviados por Deus aos gentios, enquanto os demais apóstolos seguiriam entre os judeus.
5. Implicações para a Igreja
Este versículo reforça que a missão cristã é diversificada, mas unida. Deus levanta diferentes líderes para diferentes povos, mas todos devem cooperar no mesmo evangelho. A comunhão entre Paulo, Barnabé e os demais apóstolos é exemplo de respeito, maturidade e unidade cristã.
6. Aplicação prática
Devemos reconhecer e apoiar os chamados e dons diferentes dentro da igreja. Quando há humildade e discernimento, a obra de Deus avança com poder e harmonia. A verdadeira comunhão cristã nasce da graça reconhecida, não da competição religiosa.