Levítico 19.
28 Pelos mortos não fareis cortes na vossa carne, nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor.
Esse mandamento fazia parte da lei dada por Deus a Israel, que deveria se distinguir dos povos pagãos. As nações vizinhas realizavam rituais com cortes, tatuagens e marcas em honra aos mortos ou a divindades idólatras. O povo de Deus, entretanto, deveria ser santo e separado para o Senhor.
Contexto histórico
Na antiguidade, era comum entre os povos pagãos usar o corpo como expressão de culto. Cortes, pinturas e tatuagens simbolizavam luto, pactos espirituais ou devoção a falsos deuses. Deus proibiu Israel de adotar essas práticas, pois elas maculavam a identidade espiritual da nação escolhida. O corpo do israelita deveria ser sinal de consagração ao Senhor, e não de imitação dos costumes das nações.
O corpo pertence a Deus
Esse princípio não se limita apenas ao contexto cultural de Israel, mas aponta para um princípio universal: o corpo humano pertence ao Criador. O apóstolo Paulo reforça em 1 Coríntios 6.19-20: “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.” Assim, a vida cristã envolve reverência ao corpo, que deve ser preservado como morada do Espírito.
Aplicação prática
A proibição de Levítico não deve ser interpretada de forma superficial, mas como orientação para uma vida santa. A questão central é: aquilo que fazemos com o corpo glorifica a Deus ou nos aproxima dos costumes mundanos? Marcas permanentes, quando ligadas a ideologias, modismos ou práticas contrárias à fé, tornam-se um peso espiritual. O cristão é chamado a expressar sua identidade em Cristo pela santidade, não por símbolos exteriores.
Conclusão
Levítico 19.28 nos lembra que a identidade do povo de Deus deve ser distinta. O corpo não é um espaço de culto a tradições humanas ou a ídolos, mas templo do Espírito Santo. Cabe ao cristão avaliar suas escolhas e compreender que não é conveniente marcar o corpo de modo que comprometa sua santidade. Somos chamados a glorificar a Deus em tudo, inclusive em nossa aparência.