Deus dota o ser humano de liberdade de escolha
Gênesis 2.
Introdução
Gênesis 2.16,17 é um dos textos mais profundos das Escrituras para a compreensão da natureza humana diante de Deus. Nesse trecho, o Senhor ordena ao homem que pode comer livremente de todas as árvores do jardim, exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Essa ordem divina revela que, desde a criação, Deus dotou o ser humano de liberdade de escolha, mas uma liberdade responsável, moral e relacional.
O Contexto de Gênesis 2.16,17
O texto bíblico declara: “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16,17). O homem ainda não havia caído em pecado, vivia em perfeita comunhão com Deus e desfrutava de plena provisão. A existência do mandamento demonstra que Adão não era um autômato, mas um ser racional, moral e capaz de decidir.
Liberdade Concedida por Deus
A ordem divina começa com uma concessão ampla: “de toda árvore do jardim comerás livremente”. Isso evidencia que a proibição não era restritiva, mas pedagógica. Deus estabelece limites não para oprimir, mas para ensinar. A liberdade concedida ao homem é real, pois só há obediência verdadeira quando existe a possibilidade da desobediência. Assim, a liberdade humana não nega a soberania divina; ao contrário, está subordinada a ela.
Responsabilidade Moral e Obediência
Ao estabelecer uma consequência clara — “certamente morrerás” — Deus revela que a liberdade humana está ligada à responsabilidade moral. O homem é livre para escolher, mas não livre das consequências de suas escolhas. A obediência seria uma expressão de amor, confiança e submissão ao Criador. A desobediência, por sua vez, traria ruptura espiritual e morte, inicialmente espiritual e, posteriormente, física.
Implicações Teológicas
Teologicamente, Gênesis 2.16,17 fundamenta a doutrina do livre-arbítrio humano dentro da perspectiva bíblica clássica. O ser humano foi criado com capacidade de escolher, mas dependente da graça e da orientação divina. A queda não elimina a responsabilidade moral do homem, apenas corrompe sua vontade. Ainda assim, o texto aponta para a justiça de Deus, pois Ele não pune sem antes advertir.
Conclusão
Gênesis 2.16,17 ensina que Deus dota o ser humano de liberdade de escolha como parte essencial de sua criação à imagem divina. Essa liberdade é um dom sagrado, que exige obediência, reverência e temor ao Senhor. Desde o princípio, a Bíblia afirma que a verdadeira liberdade só encontra plenitude quando vivida dentro da vontade de Deus.
